A marca carioca The Paradise, de criação de Thomaz Azulay e Patrick Doering, desfilou sua 16ª coleção na SPFW N56 com um grito da moda nacional. Aliás, a energia do país era sentida com a chegada de cada modelo.
Com um mergulho na essência brasileira e na própria fantasia da marca, que trata cada uma de suas peças como verdadeiras obras de arte, numeradas à mão, uma a uma, o desfile resgata o DNA da marca, com estampas coloridas, que desta vez, foram feitas a partir de inteligência artificial.
“Como Édipo de frente para a Esfinge de Tebas, nos vemos diante de um grande ‘Decifra-me ou te devoro’. Domamos essa tecnologia e a colocamos a serviço de nossos sonhos e criatividade. As imagens usadas nesta coleção vieram todas artificialmente, mas apenas como ponto de partida. Depois de criadas, foram manipuladas em computadores comandados por nós”, declara a marca.
Ao som de uma trilha que misturou os mais diversos estilos musicais brasileiros, com direito à Marília Mendonça, Calipso, Caetano Veloso e um mix internacional que resgata os anos 80 com Abba, o desfile de The Paradise na SPFW foi aberto por Luiza Brunet, que flutuou na passarela e fechado por Preta Gil, ovacionada pelo público.
O casting também contou com a presença especial de Laissa Guerreira, Ativista PCD Campeã Mundial e das Américas jovens de Bocha.
As estampas
Com referências à natureza, as estampas traziam peixes multicoloridos, felinos enigmáticos, mamíferos cativantes, aves exuberantes e uma flora opulenta, que traduzem paisagens fantásticas! “No céu, no mar ou na terra, os prints nos levam a um destino paradisíaco e tão real quanto imaginário. Os tecidos são companheiros importantes nessa viagem. Bases de algodão, linho, seda e viscose dão o tom do verão, mas a leveza e o frescor do Tencel®️ são a grande novidade dessa estação”.
Inclusão
O desfile de The Paradise também deu luz à inclusão. “A The Paradise, enquanto plataforma de conteúdo e comportamento, acredita na eficácia e eficiência das micro revoluções. Em parceria com a Roche, jogamos luz neste desfile para a conscientização sobre a AME (Atrofia Muscular Espinhal), com a possibilidade de pacientes da doença reimaginarem o seu futuro, ressignificarem a vivência e realizarem uma ocupação de espaços até então nunca explorados. Laíssa Guerreira, ativista PCD e atleta da seleção brasileira de bocha paralímpica, é parte do nosso casting ao lado de outras mulheres que falam de superação”, declara a marca.
Bate-papo com Thomaz Azulay e Patrick Doering
1-O desfile de vocês na última edição da SPFW trouxe uma ode à vida. Os modelos desfilaram com emoção e individualidade. Em uma era digital, vocês valorizaram PESSOAS. Esse é o propósito da marca?
Thomaz e Patrick: O nosso propósito enquanto marca é oferecer um produto original para pessoas de verdade e com personalidade. As pessoas que levamos pra passarela, sejam modelos, celebridades ou família e amigos, estão em sintonia com nossos valores e propósitos de diversidade e inclusão
2- A trilha sonora também misturou os mais diversos estilos brasileiros e também clássicos como Abba. Qual foi a inspiração para a sua criação?
Thomaz e Patrick: Nossas trilhas sempre são uma extensão das coleções, como colchas de retalhos das referências que nos levaram aquele resultado estético.
3- Vocês trabalham com peças numeradas, muita criatividade e personalidade. Como vocês entendem a conexão entre moda e arte?
Thomaz e Patrick: A gente entende que essa conexão pode existir ou não, e isso é o que diferencia moda de roupa. Para nós é inevitável, pois todo processo criativo é imbuído de arte*
4- Neste desfile, o grito foi pela inclusão. Como surgiu toda a ideia para este desfile?
A inclusão não é uma ideia ou modinha por aqui, é uma realidade, um pilar da marca. Em 2023 não existe a possibilidade de lidar com público e não ser inclusivo e diverso. Claro que há algumas limitações para uma marca pequena como nós, mas fazemos questão de dar o nosso recado.
5- Qual foi a intenção ao trazer nomes como Preta Gil e Luiza Brunet para o casting?
Thomaz e Patrick: Essa história de mulheres poderosas começou com a Laissa Guerreira, ativista PCD e atleta paralímpica de Bocha. Como sempre trazemos amigos (pessoais e da marca), convidamos Luiza e Preta, dois ícones da nossa cultura (das nossas vidas pessoais) e também donas de histórias incríveis de superação.
6- As estampas da coleção foram projetadas por IA, certo? Como tem sido trabalhar com essa tecnologia?
Thomaz e Patrick: É bem interessante, e o mais legal dessa tecnologia é aprender a dominá-la, antes que nos domine. O que muda é que hoje temos uma tecnologia a serviço da nossa imaginação.
7- Vimos referências dos anos 80. Quais as inspirações e o que buscaram traduzir com esse resgate?
Thomaz e Patrick: Sempre temos algum resgate, sem quaisquer saudosismo. Achamos importante valorizar o que já foi feito para fazer o novo.
8- Se pudessem definir esta coleção em UMA palavra. Qual seria?
Thomaz e Patrick: *FÉRIAS!*
9- O que podemos esperar de SPOILER da marca?
Thomaz e Patrick: Uma parceria incrível (que não podemos comentar ainda) já está no forno para o próximo SPFW! Além de seguir com nossa expansão no mercado internacional, que entende super bem a nossa proposta!