Após quatro anos à frente da maison, o CEO Jacopo Venturini deixa oficialmente o comando da Valentino por motivos pessoais, em acordo mútuo com a marca. A decisão foi divulgada nesta semana, com a casa de moda ainda sem revelar quem será seu sucessor. Mas, qual a função de um CEO dentro de uma maison? E qual o impacto desta saída para a marca? Veja em detalhes como essa notícia deve desafiar o mundo da moda!
Quem é Jacopo Venturini e o que marcou sua gestão
Venturini assumiu o cargo em junho de 2020, vindo da Gucci, onde era vice-presidente de merchandising e mercados globais. Em sua era, trabalhou inicialmente com o então diretor criativo Pierpaolo Piccioli, e mais recentemente com Alessandro Michele, trazido da Gucci em 2024 como novo rosto criativo da Valentino.
Ele liderou a transição estratégica da marca, encerrando a linha Red Valentino, impulsionando a expansão do varejo na China e promovendo o projeto “Re-Signify”, que homenageou os códigos históricos da maison com exposições em Xangai e Pequim.
Panorama da marca e os desafios recentes
O cenário não tem sido fácil: em 2024, a Valentino registrou queda de 3% nas vendas, faturando 1,31 bilhão de euros, e teve o lucro operacional reduzido em 22%, impactado por custos extraordinários e desaceleração do mercado de luxo.
Além disso, a maison está em meio a um processo de transição acionária: a Kering adquiriu 30% da marca em 2023 e tem o direito de comprar o restante até 2028, um movimento estratégico que exige liderança forte e clara.
O papel do CEO nas maisons de luxo
O CEO (Chief Executive Officer) em uma maison como a Valentino dirige operações, estratégias de mercado, posicionamento financeiro e expansão global. Ele conecta a visão criativa com os resultados comerciais, garantindo que o DNA da marca se traduza em produtos desejáveis e lucrativos. É o ponto de equilíbrio entre estética e viabilidade econômica.
Como essa mudança impacta a marca?
O Diretor Criativo, como Alessandro Michele atualmente na Valentino, é responsável pela direção estética e artística da coleção, molda a identidade visual e cultural da marca, cria narrativas e tendências que ecoam globalmente.
O CEO, por outro lado, estrutura o crescimento institucional, lida com investidores e define políticas de expansão, como distribuição, alianças estratégicas (no caso, com Singapura ou China), evolução da estrutura da marca e performance em mercados-chave. Sendo assim, esta mudança deve definir muito mais dos negócios de Valentino, do que sua identidade e suas criações, o que não deixa de ser importante para a moda, já que cada vez mais as maisons têm se unido a outros segmentos, como o esporte, para expandir seus negócios.
O que vem a seguir para a Valentino
Ainda sem um nome definido como sucessor, a expectativa é que a nova liderança traga estabilidade financeira e renove a dinâmica da maison em um contexto desafiador. Paralelamente, Alessandro Michele prepara a primeira coleção sob sua direção criativa, com apresentação prevista para Paris em 2026, reforçando a confiança da marca neste momento de mudança.
A saída de Jacopo Venturini abre uma nova página para a Valentino. Em um momento de transição criativa com Alessandro Michele, e com a expansão acionária da Kering em andamento, o papel de CEO será essencial para equilibrar legado e futuro, traduzindo visão em resultados sólidos e preparando a maison para continuar brilhando no mercado global.