De 18 a 22 de setembro, Londres foi palco de mais uma edição da London Fashion Week, sempre lembrada por sua ousadia criativa e por revelar nomes inusitados ao mundo da moda. A temporada de Primavera/Verão 2026 não decepcionou: trouxe do drama surrealista ao romantismo delicado, passando pela moda utilitária e até uma emocionante homenagem brasileira.
Surrealismo e drama nas passarelas
O tom teatral dominou os primeiros dias da LFW. Erdem apresentou uma coleção marcada por bordados inspirados no universo surrealista, criando peças que dialogavam com arte e moda em igual intensidade. Já Simone Rocha entregou um verdadeiro espetáculo visual: vestidos estruturados, transparências etéreas e lantejoulas que transformaram o desfile em uma experiência quase performática.
Glamour e romance
O glamour teve seu auge com Richard Quinn, que trouxe Naomi Campbell para abrir o show em um vestido de veludo luxuoso, seguido por criações com flores oversized e uma estética de opulência contemporânea. Pauline DuJancourt, por sua vez, trouxe poesia à passarela com uma coleção inspirada em Tchekhov. Seus crochês delicados e drapeados leves lembravam asas de pássaros, transmitindo um ar romântico e sonhador.
Reinvenção e utilitarismo
Nem só de espetáculo viveu a semana londrina. A praticidade também encontrou espaço nas criações de Johanna Parv, que desenhou roupas funcionais e inteligentes, pensadas para mulheres em movimento no cotidiano urbano. Já a tradicional Kent & Curwen revisitou sua herança britânica com uma alfaiataria renovada, agora mais leve, sem abrir mão de toques esportivos que garantem frescor e modernidade.
O Brasil em Londres
Um dos momentos mais emocionantes da temporada foi a participação da MI Moda Indígena, coletivo manauara que levou a diversidade cultural amazônica para a passarela londrina. A coleção, inclusiva e carregada de identidade, resgatou grafismos indígenas e referências ancestrais, tornando-se um marco histórico de representatividade para a moda brasileira em escala global.
Mais uma vez, a London Fashion Week reforçou sua posição como uma das passarelas mais criativas e relevantes do mundo. Entre drama, romance, inovação prática e diversidade, a temporada mostrou que o futuro da moda passa por narrativas ousadas e pela valorização das identidades.