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Moda regenerativa: além da sustentabilidade, um novo paradigma de vestir

14 de outubro de 2025

#Cultura de Moda

By: Redação

A ideia de regenerar vai mais longe do que apenas reduzir impacto: moda regenerativa envolve restaurar ecossistemas, empoderar comunidades, recriar processos produtivos e repensar todo o ciclo de vida de roupas como parte de um sistema que cuida da natureza, das pessoas e da cultura. Quando se fala de sustentabilidade na moda, o impacto já gerado pela indústria desde sua popularização já colocou em risco o meio ambiente de diferentes formas, portanto, agora a ideia é regenerar os impactos causados. Entenda sobre essa nova tendência das passarelas que deve redefinir o futuro da moda.

O que é moda regenerativa

Foto: Reprodução Instagram.

Moda regenerativa é aquele modelo em que os materiais, os métodos de produção, os resíduos gerados e até mesmo o descarte se projetam para devolver algo, seja em termos de solo, biodiversidade, saúde do trabalhador ou saúde ambiental. Em vez de somente minimizar danos, ela busca reverter impactos: regenerar solo, usar práticas agrícolas que revivem ecossistemas, produzir com fibras que sequestram carbono, valorizar técnicas artesanais e saberes tradicionais, reutilizar resíduos têxteis, criar cadeias totalmente transparentes.

Moda regenerativa nas passarelas: práticas que já se veem

Embora ainda em expansão, várias marcas têm trazido elementos regenerativos para suas coleções e desfiles. Tecidos reciclados, algodão orgânico, couro vegetal ou alternativas, produção local para reduzir transporte, processos manuais e técnicas artesanais aparecem com frequência crescente.

A cada temporada, grifes usam seus desfiles não só para mostrar estética, mas para comunicar propósito: que tipo de material usaram, quem produziu, quantas lavagens um tecido especial vai suportar antes de degradar, como reduziram emissão de carbono ou uso de água. Exemplos como Stella McCartney têm liderado essa frente internacional, com produções que combinam apelo visual refinado e materiais com certificações sustentáveis.

Por que isso está se tornando imperativo

A urgência climática e as pressões sociais, legais e de mercado estão forçando a moda a repensar seus excessos. Os consumidores, especialmente os mais jovens, estão mais informados, exigentes, e dispostos a pagar mais ou apoiar marcas que se comprometam com ética, transparência e regeneração.

Além disso, a moda regenerativa tem o potencial de criar valor além do produto: fortalecer economias locais, preservar saberes tradicionais, gerar empregos justos, recuperar solos degradados, incentivar biodiversidade. Passa a moda de luxo ou aspiracional a ser também agente de transformação, econômica, cultural e ambiental.

Desafios que permanecem

Implementar moda regenerativa exige investimento, paciência e radicalidade. É preciso mudar práticas enraizadas: produção intensiva, cadeias de suprimentos não transparentes, uso de químicos pesados, desperdício de fibras e descarte prematuro. Marcas menores enfrentam ainda mais dificuldades por custos iniciais altos, acesso limitado a recursos regenerativos, dificuldade de escalonamento.

Também há riscos de greenwashing, empresas que falam em regeneração sem comprovar ou sem mudar significativamente seus processos. A régua está subindo: certificações, rastreabilidade, auditorias serão cada vez mais exigidas.

O que esperar para o futuro próximo

Nas próximas temporadas, espera-se que desfiles e semanas de moda incorporem ainda mais coleções regenerativas ou parciais regenerativas. Haverá maior visibilidade de processos: marcas mostrando desde onde vêm as fibras, como regeneram solo, como reutilizam resíduos internos ou externos.

Eventos como moda ecológica, feiras de sustentabilidade e iniciativas nacionais (como as oficinas da Trama Afetiva ou o Brasil Eco Fashion Week) vão se tornar partes centrais da narrativa de moda, não só espaço para nichos, mas parte do mainstream.

Também é provável que vejamos mais colaborações entre designers, comunidades indígenas e artesãos, com estética que valorize ancestralidade, cuidado ambiental e identidade local — como já se observa em marcas que trazem floresta, biomas, culturas tradicionais para suas coleções, não como exotismo, mas como parte essencial da regeneração.

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TAGS:

fashion

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