Nesta edição de sua 12ª edição, realizada nos dias 29 e 30 de outubro no Cubo JK, em São Paulo, o Festival Fashion Meeting reafirmou seu papel como plataforma estratégica para a moda nacional, reunindo marcas consolidadas, novos talentos e experiências imersivas que refletem a pluralidade, a identidade e a inovação do setor.

Celebrando a brasilidade nas passarelas

Um dos momentos mais marcantes do evento foi a programação de desfiles da quarta-feira, que trouxe à passarela nomes como Salinas, Letícia Manzan, Piauí Moda House e Priscilla Whitaker. Cada marca explorou a brasilidade de maneira autêntica: seja via referências artesanais, materiais regionais ou narrativas culturais reforçando que a moda brasileira não está apenas importando tendências, mas gerando linguagem própria.

Salinas, por exemplo, abriu com uma coleção de alto verão 2026 que mesclou beachwear com arte e engajamento social: as modelos desfilaram ao lado de cães disponíveis para adoção, em parceria com a ONG Grata Pata. A estampa “Underwater”, desenvolvida em colaboração com o Manacá Estúdio, trouxe fios acetinados e lurex, e acessórios maximalistas em dourado reforçaram o visual-festa da coleção.

Letícia Manzan elevou o crochê, o bordado e as rendas, em sua coleção “Flores da Amazônia”, trazendo à passarela babados, chapéus, pérolas e materiais que remetem à natureza brasileira redes de pesca, ícones do mar, guardados em peças de festa sofisticadas.

O coletivo Piauí Moda House apresentou marcas autorais piauienses que exibiram identidade regional forte: uso de carnaúba em acessórios, materiais locais, produção com afeto e propósito, celebrando 10 anos de trajetória.

Priscilla Whitaker, por sua vez, trouxe os “Urban Blossom”, uma coleção voltada à mulher paulista contemporânea, silhuetas de borboleta, amarrações no tornozelo, design que mistura estrutura e delicadeza.

Um evento além da passarela

O Festival também foi palco de talk shows, ativações de marcas, pop-ups e experiências de marca, transformando o desfile em momento de convergência entre moda, negócios, criatividade e cultura. A presença de marcas parceiras, lounges de networking e o debate sobre inovação reafirmaram que o evento se nutre não apenas da estética, mas da economia criativa como um todo.

Por que isso importa para a moda brasileira

Esses desfiles ilustram a maturação da moda nacional: ela não busca mais apenas replicar o que vem do exterior, mas reafirmar quem somos com referências regionais, práticas sustentáveis, identidade autoral. O Festival Fashion Meeting se apresenta como um canal importante para que marcas emergentes ganhem visibilidade, conectem-se com o mercado e componham narrativas que vão além do comercial.

As coleções destacaram também a relevância crescente de questões como engajamento social (adoção de animais, materiais regionais), sustentabilidade e valorização da produção autoral: três ingredientes que compõem o novo mapa da moda brasileira.

O caminho à frente

Se essas são as histórias que emergiram nessa edição, o futuro aponta para um setor cada vez mais diverso, experimental e conectado, e eventos como o Festival Fashion Meeting serão parte fundamental desse movimento. Para quem acompanha moda, vale prestar atenção aos talentos que surgiram aqui, porque muitos desses nomes podem ser protagonistas nos próximos anos, tanto internacionalmente como no Brasil.