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A moda dos cacarecos em 2025: o que a febre dos penduricalhos revela sobre a juventude fashionista

21 de novembro de 2025

#Destaque

By: Redação

Em 2025, um movimento estético inusitado ganhou força e dominou o guarda-roupa (e as bolsas) da geração mais jovem: a moda dos cacarecos. Pelúcias estranhas, bonequinhos colecionáveis, chaveiros volumosos, penduricalhos coloridos e até brinquedos de aparência bizarra se tornaram itens indispensáveis entre adolescentes e jovens adultos, alimentados por vídeos virais no TikTok e por uma cultura de colecionismo afetivo que se espalha pela internet. Conhecidas como “cacareco girls”, essas jovens transformaram o que antes era considerado bugiganga em elemento de estilo, compondo visuais maximalistas, divertidos e altamente personalizados.

A febre dos penduricalhos

Foto: Reprodução Pinterest @Natasha Ahmed.

A tendência ganhou força com itens como Labubus, Fugglers e outras pelúcias feiosas ou fofas que conquistaram as redes sociais. As cacareco girls fazem tours de coleção, realizam unboxings e trocam dicas de onde encontrar suas peças favoritas, criando uma comunidade engajada que celebra o lúdico e o excêntrico. Mais do que uma estética passageira, o movimento se consolida como uma forma de expressão que mistura humor, nostalgia e identidade visual. Cada penduricalho pendurado em uma bolsa comunica algo: um gosto pessoal, uma memória de infância, uma referência pop ou simplesmente o prazer de carregar pequenos objetos que fazem sorrir.

O que essa estética diz sobre a geração Z e a geração Alpha

A popularização dos cacarecos revela muito sobre como as novas gerações têm se relacionado com a moda. Um dos aspectos mais evidentes é o desejo de resgatar a infância, uma tentativa de encontrar leveza em meio às pressões da vida digital e do mundo hiperconectado. Carregar esses objetos é, para muitos, uma forma inconsciente de conforto emocional, um lembrete de tempos mais simples. Ao mesmo tempo, a estética escancara a busca por individualidade. Em vez de seguir tendências rígidas, os jovens querem personalizar ao máximo seus acessórios, criando composições únicas, caóticas e cheias de significado.

Foto: Reprodução Pinterest @Martina Calvi.

Outro ponto fundamental é a virada para o consumo afetivo. Diferente das tendências baseadas em grandes marcas ou itens de alto valor, os cacarecos têm apelo justamente por serem baratos, acessíveis e muitas vezes improvisados. A moda deixa de ser “aspiracional” e passa a ser “emocional”, refletindo o desejo de expressar personalidade antes de status. A cultura Y2K, que segue forte entre os jovens, também desempenha papel importante: a estética dos anos 2000, marcada por penduricalhos, gloss-chaveiro e bolsas enfeitadas, ressurge reinterpretada com uma camada de ironia e autenticidade.

O novo significado do supérfluo

A ascensão da moda dos cacarecos transforma o que antes era visto como bagunça infantil em uma afirmação estética poderosa. Os jovens ressignificam o conceito de supérfluo, transformando-o em ferramenta de pertencimento e narrativa pessoal. A mistura de pelúcias, miniaturas e charms cria um visual vibrante e plural que desafia a lógica minimalista que dominou a moda adulta por anos. Em vez de esconder excessos, essa geração celebra o exagero como forma de expressar identidade.

Mais do que uma tendência divertida, a estética dos cacarecos é o retrato de uma juventude que procura no lúdico uma forma de aliviar o peso do cotidiano, que encontra nos pequenos objetos uma maneira de se conectar com memórias afetivas e que enxerga na moda um espaço de experimentação coletiva. Em 2025, as bugigangas deixaram de ser irrelevantes e se tornaram símbolo de uma nova sensibilidade: uma moda que abraça o estranho, o caótico e o emocional e que, justamente por isso, diz tanto sobre quem a cria e a usa.

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cacarecos

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