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Armani depois de Giorgio: rumo a uma maison ainda maior

18 de setembro de 2025

#Destaque

By: Redação

Giorgio Armani faleceu no dia 4 de setembro de 2025, aos 91 anos, cercado por seus entes queridos, deixando um legado que vai muito além das passarelas. Ao longo de meio século, Armani construiu não só uma marca de moda de prestígio, mas um império que integra desde alta-costura, prêt-à-porter, perfumes e cosméticos, até hotelaria, acessórios, design de interiores e imóveis. Agora, com sua partida, abre-se uma fase de mudança estratégica que promete transformar ainda mais a casa Giorgio Armani.

Estratégia testamentária: assegurar continuidade e abrir espaço

O testamento deixado por Armani define mecanismos claros para a sucessão e para a participação de grandes players do mercado de luxo no futuro da marca. Ele determinou que 15% da empresa deverão ser vendidos nos próximos 12 a 18 meses para algum dos três grandes grupos que foram citados como preferenciais: LVMH, L’Oréal ou EssilorLuxottica. Além disso, o documento prevê que, em um prazo de três a cinco anos, entre 30% e até 54,9% do restante do capital possa ser transferido para o mesmo comprador, garantindo assim o controle majoritário da marca se esse caminho for escolhido. Caso essas negociações não avancem, há outra alternativa prevista: a abertura de capital em bolsa, mantendo uma parte significativa nas mãos da Fundação Armani.

O valor além da moda: ativos que reforçam o império Armani

Armani sempre foi mais do que moda. A marca possui contratos de licenciamento de longo prazo, por exemplo, perfumes com a L’Oréal, óculos com a EssilorLuxottica, parcerias essas que geram receita constante e fortalecem sua posição entre as marcas de luxo. Esses contratos criam uma camada de valor que vai além do design e do prêt-à-porter, tornando Armani um alvo estratégico para outros gigantes do setor. Também fazem parte de seu patrimônio imóveis espalhados pela Europa, coleções de arte, propriedades de luxo e até o clube de basquete Olimpia Milano. Esse conjunto de ativos amplia não só o valor da marca, mas sua capacidade de atuação nos negócios de luxo em geral.

Quem assume e como será a nova Armani

No comando, segundo o testamento, estará a Fundação Armani, criada por Giorgio em 2016, que herdará 100% da empresa. O braço direito de longa data de Armani, Leo Dell’Orco, ficou com 30% das ações e 40% dos votos, sendo a figura-chave para aprovar ou vetar qualquer decisão estratégica, como estas vendas ou abertura de capital. Também estão envolvidos os sobrinhos Silvana Armani e Andrea Camerana, cada um com 15% dos votos, assegurando que parcela da herança permaneça administrativa e criativamente ligada à família.

Riscos e oportunidades

Essa transição abre espaço tanto para grandes oportunidades quanto desafios. Do lado da oportunidade, a entrada de um grupo como LVMH, EssilorLuxottica ou L’Oréal pode trazer escala operacional, maior penetração global, investimento em inovação, logística e marketing de luxo em territórios ainda inexplorados. Armani pode, assim, reforçar sua relevância frente a concorrentes que já operam com força global.

Por outro lado, há o risco de perder parte da identidade que sempre diferenciou a marca: luxo discreto, refinamento, atenção aos detalhes, estilo elegante e minimalista, valores que Giorgio Armani prezou e que estarão sob escrutínio. A escolha do novo sócio majoritário, ou ainda a abertura de capital, poderá exigir adaptação ao mercado, tolerância à margem de lucro menor ou pressão maior de investidores.

Em busca de uma maison maior, mas fiel às raízes

Armani entra agora em uma fase que muitos analistas veem como definitiva para transformar seu império numa maison ainda mais monumental. A própria estrutura do testamento já indica isso: clara divisão acionária, possíveis alianças com grupos poderosos, opções de IPO, tudo isso para tornar Armani não apenas uma marca, mas um conglomerado plenamente competitivo, preparado para os desafios do mercado global de luxo.

Mas o fundador deixou claro no documento que seus ideais devem prevalecer: “buscar um estilo essencial, moderno, elegante e discreto”, com “atenção à inovação, excelência, qualidade e refinamento do produto”.

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