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Brazil Core: Os desafios e oportunidades do estilo que roubou a cena nas redes sociais gringas

27 de outubro de 2025

#Destaque

By: Redação

“Brazil Core” é um movimento estético que explodiu nas redes sociais, nas passarelas e nas ruas como forma de vestir uma brasilidade literal, seja pelas cores da bandeira nacional, estampas tropicais, elementos das periferias ou símbolos que circulam tanto no luxo quanto no popular.
Traz tênis coloridos, estampas inspiradas em grafites, peças com acabamento artesanal, acessórios chamativos, corpos bronzeados, paleta viva e uma linguagem que mistura o urbano e o tropical.
Essa estética ganha tração especialmente fora do Brasil: marcas internacionais e influenciadores estão apropriando esse “visual Brasil” como sinônimo de frescor, cor e identidade, muitas vezes sem aprofundar o contexto cultural de onde ele vem. Entenda as polêmicas do estilo “Brazil Core” e também como o país se tornou tão desejado pela moda no exterior.

Raízes e contradições da estética

O “Brazil Core” tem origem em códigos visuais das periferias brasileiras: moda de favela, streetwear, acessórios populares, símbolos do cotidiano que não vinham originalmente das passarelas de luxo. Por exemplo, itens como as sandálias Havaianas ou camisetas esportivas com cores verde-amarelo ganharam status de símbolo quando reinterpretados externamente. Essa popularização acendeu o debate sobre quem se beneficia dessa estética e até que ponto ela representa verdadeiramente o Brasil.
Alguns especialistas apontam que o Brazil Core pode funcionar como soft power, ou seja, um modo de o Brasil influenciar culturalmente por meio da moda, música, estilo. Por outro lado, profissionais apontam que existe o risco de reduzir a diversidade brasileira a um conjunto de clichês estéticos: “tropical”, “suburbano”, “colorido”, sem escavar a complexidade social, racial e econômica que está por trás das comunidades criadoras desses códigos.

Como a estética se manifesta na moda

No vestuário, o Brazil Core se materializa em looks com cores vibrantes (verde-limão, amarelo, azul-celeste), estampas tropicais ou kitsch, silhuetas soltas, misturas entre esporte e streetwear, acessórios vistosos e contrastes entre luxuoso e popular.

Foto: Pinterest.


Nas redes sociais, a hashtag #BrazilCore aparece em vídeos de moda, editoriais e feeds onde o “vestir Brasil” é traduzido em tons, shapes e símbolos instantaneamente reconhecíveis internacionalmente.
As passarelas e as campanhas internacionais também adotaram esse visual, seja através de produções gravadas no Brasil, seja pela presença de marcas que reinterpretam o tropicalismo com toque urbano.

Collab de Lívia Nunes e a marca dinamarquesa (di)vision na Copenhagen Fashion Week. Foto: Pinterest.

Impactos e o que está em jogo

Para o mercado brasileiro, o Brazil Core abre oportunidades: reforça o apelo internacional da moda nacional, estimula marcas a explorarem identidade local, e valoriza estilos que emergem de comunidades muitas vezes invisibilizadas.
No entanto, para que seja um movimento verdadeiramente transformador, é necessário que esse estilo vá além do “visual Brasil” e inclua: valorização dos criadores locais, produção ética, reconhecimento das origens simbólicas e diálogo crítico sobre classe, raça e cultura.

O futuro da estética Brasil no mundo da moda

O Brazil Core tem força para se sustentar como uma estética pró-ativa, não apenas “Brasil para gringo ver”, mas expressão de identidade, resistência e criatividade nacional. O desafio será manter a autonomia desse estilo, garantindo que ele não se dilua em apropriações superficiais.
Marcas e estilistas brasileiros que atuam com conscientização, colaboram com comunidades e geram valor real podem liderar essa frente. Assim, o Brasil não será apenas fonte de inspiração estética, mas protagonista de uma narrativa de moda global.

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