Neste Dia Internacional do Cinema, é impossível não reconhecer o papel fundamental que a sétima arte exerce na construção e na disseminação de tendências de moda. Mais do que simples figurinos, muitos filmes marcaram épocas, traduziram o espírito de gerações e influenciaram profundamente a forma como o público se veste e percebe o estilo. A seguir, relembramos cinco produções emblemáticas, cada uma representando uma década, que transformaram a relação entre moda e cinema.

Anos 1950 — Bonequinha de Luxo (1961)

Embora lançado no início dos anos 1960, Bonequinha de Luxo sintetiza com perfeição a elegância refinada que caracterizou o final da década de 1950. O figurino criado por Hubert de Givenchy para Audrey Hepburn eternizou o vestido preto como símbolo de sofisticação atemporal. As luvas longas, o colar de pérolas e o coque alto definiram um novo padrão de elegância minimalista, que permanece como uma das maiores referências de estilo da história do cinema.

Anos 1970 — Annie Hall (1977)

Com figurinos marcantes assinados pela própria Diane Keaton, Annie Hall revolucionou o conceito de moda feminina ao introduzir o estilo andrógino e descontraído. Blazers amplos, gravatas, coletes e calças de alfaiataria, peças antes associadas ao vestuário masculino, tornaram-se símbolos de liberdade e individualidade. O filme de Woody Allen representou uma virada cultural ao desafiar convenções e propor uma nova estética de autenticidade.

Anos 1980 — Flashdance (1983)

O filme protagonizado por Jennifer Beals marcou uma geração e deu origem à estética athleisure, que uniu conforto esportivo e atitude urbana. O moletom caído sobre um ombro, as leggings e as polainas se tornaram ícones da década, traduzindo o desejo por praticidade sem abrir mão do estilo. Flashdance capturou o dinamismo e a energia dos anos 1980, e seus figurinos seguem sendo fonte de inspiração para coleções contemporâneas.

Anos 1990 — As Patricinhas de Beverly Hills (1995)

Colorido, jovial e irreverente, Clueless definiu o visual da moda adolescente dos anos 1990. O guarda-roupa de Cher Horowitz, interpretada por Alicia Silverstone, apresentou um universo dominado por conjuntos xadrez, saias plissadas, cardigãs e meias ¾, elementos que consagraram o estilo preppy com um toque moderno e divertido. O filme também antecipou temas atuais, como o poder do styling e o impacto da tecnologia na moda, representado pelo icônico closet digital de Cher.

Anos 2000 — O Diabo Veste Prada (2006)

Nenhum outro filme retratou com tanta precisão o universo editorial da moda quanto O Diabo Veste Prada. Com figurinos elaborados por Patricia Field, a produção explorou o glamour e as pressões dos bastidores das grandes revistas de moda. Meryl Streep, no papel da poderosa Miranda Priestly, e Anne Hathaway, como Andy Sachs, deram vida a personagens que simbolizam o equilíbrio entre ambição, autenticidade e estilo. O longa consolidou a moda como uma linguagem de poder e expressão pessoal.

Cinema e Moda: um diálogo contínuo

Essas produções demonstram que o cinema é, há décadas, um dos maiores veículos de difusão estética e cultural da moda. Cada filme traduz as inquietações, os valores e os ideais de beleza de sua época, tornando-se um espelho do comportamento social. No Dia Internacional do Cinema, celebra-se também essa parceria simbiótica entre moda e arte, um diálogo que continua a inspirar designers, diretores e espectadores em todo o mundo.