Dia Mundial do Algodão: varejistas de moda aliam sustentabilidade ao uso da matéria-prima

Iniciativas de rastreabilidade e controle da cadeia produtiva ganham destaque na cultura do algodão

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Neste sábado, 7 de outubro, é comemorado o Dia Mundial do Algodão. A data foi criada em 2019, durante um evento realizado pela OMC (Organização Mundial do Comércio) para homenagear a fibra que movimenta mais de 10 trilhões de dólares por ano. Recentemente, o algodão firmou sua posição como um dos grandes protagonistas da agricultura mundial, especialmente no Brasil. Com importante papel no setor produtivo, o País já é o quarto maior produtor do mundo e o segundo maior exportador, além de conquistar a 7ª posição na lista de maiores consumidores da matéria-prima.
Dentre suas inúmeras utilidades, a cultura do algodão movimenta, principalmente, a indústria têxtil, que explora a fibra tanto na forma de fio compacto, quanto em tecidos como a malha e o jeans. Com o avanço de pautas de sustentabilidade no setor, o mercado da moda tem adotado iniciativas para a utilização responsável da matéria-prima, que é a fibra natural mais usada no mundo. Segundo o Sebrae, o Brasil produz 170 mil toneladas de resíduos têxteis por ano e apenas 20% desse material é reciclado. Os dados acendem o alerta na indústria como um todo, que busca por soluções que permitam uma cadeia produtiva mais sustentável e responsável socialmente.
Em homenagem ao Dia Mundial do Algodão, conheça as iniciativas das maiores varejistas de moda para o uso consciente da matéria-prima:

 

ARAMIS

Desde 2022, a varejista pioneira em moda masculina faz parte do pool de marcas que apoiam o Sou de Algodão, movimento que busca engajar e conscientizar toda a cadeia de moda sobre a relevância da fibra para o mundo e a importância do incentivo às práticas responsáveis no setor. A parceria faz parte do projeto de consistência e evolução da Aramis, que busca potencializar o impacto positivo de suas ações em iniciativas de curto, médio e longo prazo. No período, a marca utilizou cerca de 640 toneladas de algodão, o que representa mais de 70% de composição de seus produtos.
Neste ano, a Aramis Inc também se tornou signatária do Pacto Global da ONU, a maior iniciativa voluntária de sustentabilidade corporativa do mundo. E, desde então, tem se dedicado a alguns ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) principais, entre eles, destaca-se o número 12, que preza por padrões de produção e de consumo sustentáveis em toda sua cadeia.

 

DAFITI
A Dafiti, maior fashiontech da América Latina, é uma das parceiras do Movimento Sou de Algodão, que incentiva o uso da fibra brasileira, promovendo a moda responsável e o consumo consciente. Atualmente, cerca de 92% da matéria-prima brasileira são cultivados sem irrigação e 86% da produção possui certificação socioambiental por meio do programa ABR (Algodão Brasileiro Responsável). O objetivo da empresa é que todo o algodão usado por marcas próprias tenha origem sustentável até dezembro de 2025.
A estratégia desenvolvida pela Dafiti para a construção de uma moda mais sustentável é dividida em três pilares – circularidade e consumo consciente, comércio ético e ação climática – o que define diversas ações relacionadas à agenda ESG. Nesse contexto, por exemplo, a marca possui a plataforma Dafiti Eco, que conta com mais de 6 mil produtos que atendem pelo menos um atributo sustentável (matéria-prima sustentável, eco produção, compromisso social, respeito aos animais e/ou jornada circular); e a Dafiti Circula, destinação de roupas em caixas coletoras espalhadas pela cidade de São Paulo.

 

RIACHUELO
Em parceria com o Sebrae e a Embrapa, empresa especializada em tecnologia agrícola, a Riachuelo, por meio de seu Instituto, atua no projeto de retomada da plantação de algodão agroecológico no Rio Grande do Norte, visando o desenvolvimento local sustentável. No período de dois anos, serão 80 famílias beneficiadas.
O Instituto Riachuelo iniciou suas atividades com apoio e integração a projetos especiais, impactando cerca de 250 pequenos e médios empreendedores e mais de quatro mil pessoas no sertão nordestino. A organização está estruturada, inicialmente, para atender cinco principais pilares: 1) oficinas de costuras; 2) artesanato potiguar; 3) formação empreendedora para jovens; 4) circularidade em circuito fechado; e 5) algodão agroecológico.
Cultivado sem agroquímicos e plantado em consórcios agroalimentares, o manejo dos cultivos do algodão é integrado. Nesse processo, há uma grande preocupação com os recursos hídricos, com o ar e com a nutrição do solo, o que incentiva a agricultura familiar e, por isso mesmo, considera não apenas os aspectos ambientais, mas também os culturais, sociais e econômicos do Seridó.
“Este é um projeto que olhamos com muito carinho. Abraçamos essa causa por estar dentro da nossa missão de gerar trabalho e renda no Rio Grande do Norte. Queremos abrir novas frentes de trabalho além das que já existem, e a retomada da cultura do algodão é uma porta de entrada para esses novos empregos. Com o projeto, a produção chegará a 17 toneladas de algodão pluma e poderá gerar em recursos financeiros aproximadamente R$ 500.000,00 em dois anos para as famílias agricultoras”, comenta Marcella Kanner, Head de Comunicação Corporativa e Marca da Riachuelo e Diretora de Comunicação do Instituto Riachuelo.
O projeto do algodão visa também a segurança alimentar das famílias, pois eles intercalam na mesma terra outras culturas, como milho, gergelim, feijão e palma (um cacto típico da região, que tem boa proteína para gado). Com isso, conseguem complementar parte da alimentação de suas famílias e vender os produtos excedentes para mercados locais.