A H&M voltou às passarelas da London Fashion Week com uma proposta que vai muito além da moda. O desfile “The London Issue”, realizado em 18 de setembro no 180 The Strand, apresentou a coleção AW25 e se transformou em um verdadeiro manifesto de estilo. Inspirada na cena cultural britânica dos anos 1990, entre o Britpop, as artes visuais e a moda urbana, a coleção trouxe looks que celebram a autoexpressão e a liberdade de identidade. A mensagem “Moda sem rótulos” foi traduzida em peças fluidas, diversidade de corpos e gêneros representados no casting, e em um espetáculo que uniu música, direção artística e workshops interativos, criando uma experiência imersiva.
A chegada ao Brasil em 2025
Enquanto Londres recebia esse grande retorno da marca às passarelas, o Brasil celebrava a chegada oficial da H&M ao mercado nacional em 2025. A primeira loja foi inaugurada em agosto no Shopping Iguatemi, em São Paulo, seguida por outra unidade no Shopping Anália Franco. A estratégia também prevê expansão no estado e um forte investimento no e-commerce. Com preços intermediários, a marca pretende ocupar um espaço entre fast fashion de entrada e labels internacionais mais caras, disputando consumidores que buscam estilo global com um bom valor percebido.
O impacto do desfile para o mercado brasileiro
O desfile da H&M em Londres sinaliza muito sobre o que podemos esperar no Brasil. A marca mostra que não pretende ser apenas mais uma rede de fast fashion, mas sim uma referência cultural e estética. Esse posicionamento reforça sua credibilidade diante de consumidores locais, cada vez mais atentos à diversidade, à inclusão e a coleções que tragam propósito. O movimento também pressiona concorrentes nacionais e internacionais a repensarem tanto estilo quanto experiência de loja e campanhas. Além disso, a operação brasileira já sinaliza a possibilidade de produção local em categorias estratégicas, como jeans e moda praia, o que pode permitir adaptações mais rápidas e relevantes para o consumidor daqui.
Desafios e oportunidades
Apesar do impacto positivo, os desafios são claros. O poder de compra no Brasil e a alta carga tributária tornam o equilíbrio entre preço e percepção de valor um ponto crítico. Além disso, a logística e a consistência na entrega das coleções precisarão acompanhar a ambição estética que a marca projeta globalmente. Por fim, será essencial traduzir essa identidade internacional para o contexto brasileiro, investindo em campanhas, colaborações e ações culturais que falem diretamente com o público local.
Com o desfile “Moda sem rótulos” em Londres, a H&M deixa claro que sua ambição no Brasil é maior do que vender roupas. A marca quer propor um estilo de vida, traduzido em liberdade, inclusão e expressão individual. Se conseguir alinhar sua imagem global com a execução local, poderá não só conquistar mercado, mas também redefinir expectativas do consumidor brasileiro.