O Festival de Cannes, sinônimo de glamour e sofisticação desde sua criação em 1946, sempre foi palco de desfiles de moda tanto quanto de estreias cinematográficas. Ao longo das décadas, seu tapete vermelho tornou-se uma vitrine para estilistas e celebridades exibirem criações ousadas e memoráveis.

Em 2025, o festival introduziu mudanças significativas em seu código de vestimenta. As novas regras proíbem trajes transparentes e vestidos volumosos com longas caudas, justificando a decisão por motivos de “decência” e para garantir o fluxo adequado dos convidados e a acomodação no teatro. Essas alterações impactaram diretamente estilistas e celebridades, que tiveram que adaptar suas escolhas de vestuário em cima da hora. Por exemplo, Halle Berry precisou trocar seu vestido original por um modelo mais discreto da Jacquemus para atender às novas diretrizes.

A história do dress code em Cannes é marcada por momentos icônicos e, por vezes, controversos. Desde os primeiros anos, a formalidade sempre foi uma exigência, com homens de smoking e mulheres em vestidos de gala. No entanto, figuras como Pablo Picasso desafiaram as normas, como em 1953, quando compareceu ao festival usando uma jaqueta de pele de carneiro.

As recentes restrições geraram debates sobre a liberdade de expressão na moda e a possível censura estética. Críticos argumentam que tais medidas podem limitar a criatividade e a diversidade de estilos que sempre caracterizaram o evento. Por outro lado, defensores das novas regras acreditam que elas ajudam a manter a elegância e o foco nas produções cinematográficas.

Enquanto o Festival de Cannes continua a ser um dos eventos mais prestigiados do cinema mundial, as discussões sobre seu dress code refletem as tensões entre tradição e modernidade, formalidade e liberdade criativa. Resta observar como essas mudanças influenciarão futuras edições e o papel da moda nesse cenário.