A monarquia britânica é tão conhecida por suas tradições quanto por sua elegância. Mas até mesmo os dress codes mais rígidos, pensados para preservar a imagem e a formalidade, enfrentam fissuras quando confrontados com a autenticidade pessoal. O exemplo mais recente? Meghan Markle, que revelou ter se sentido “inautêntica” ao ser obrigada a usar meias-calças nude repetidamente, uma regra não escrita, porém amplamente seguida por membros femininos da realeza.

Nude pantyhose: protocolo não oficial, mas quase mandatório

Usar meias-calças nude era visto como símbolo de uniformidade, discrição e sofisticação regimental. Embora não esteja codificado, era uma prática quase universal, inspirada pela conduta habitual da Rainha Elizabeth II. Meghan confessou que se sentir obrigada a seguir essa norma não apenas apagava sua identidade, como também representava uma discordância profunda com seu estilo pessoal.

Regras reais: entre clutches codificados e paletas discretas

O protocolo vai além das meias: a moda real abrange clutches usados para sinais sutis a assessores, esmaltes discretos (como o tom “Ballet Slippers” da Essie), e evitar cores vibrantes para não ofuscar a rainha. A paleta neutra visava alinhamento visual e observância à monarquia.

Quando vestir uma mensagem: o que o look transmite importa

A estética real está longe de ser superficial. Cada detalhe, da escolha da cor à presença de acessórios, é uma linguagem visual. A rainha, por exemplo, escolhia cores vibrantes para ser identificada em multidões; outros membros brincam com sinalizações sutis, como o movimento da clutch, para suavizar ou encerrar um encontro.

Meghan e o resgate da autenticidade fashion

Ao afirmar que tratar de si mesma de modo mais autêntico foi libertador após deixar a realeza, Meghan traz à tona essa tensão entre ser um símbolo institucional e existir de forma genuína. A escolha de romper com o padrão, mesmo em algo aparentemente simples como dispensar meias-calças, ressoa como um ato estilístico e simbólico de empoderamento pessoal.

A vestimenta real transcende estética: é estratégia, comunicação não verbal e, por vezes, barreira à autenticidade individual. O comentário de Meghan Markle sobre o protocolo das pantys evidencia que, mesmo em um ambiente tão aparente de glamour e tradição, a moda pode, e deve, evoluir com o tempo e com as pessoas que a habitam.