A Semana de Moda Masculina de Milão provou mais uma vez que a elegância contemporânea está cada vez mais conectada ao conforto e à autenticidade. Com coleções que celebraram desde o luxo dos pijamas até a leveza dos tons pastel, a temporada primavera-verão 2026 transformou a cidade em um verdadeiro laboratório de experimentações visuais, onde o despojamento se veste de sofisticação e a moda masculina abraça uma nova liberdade estética. Entre propostas que combinam alfaiataria fluida, peças lúdicas e referências campestres, os desfiles mostraram que estilo hoje é mais sobre sentimento do que sobre rigidez.
1. O novo “comfy luxury” em destaque
Milão deixou claro que o conforto segue sendo a palavra de ordem no menswear. A Dolce & Gabbana liderou com sua coleção Pyjama Boys, onde pijamas listrados foram mesclados a camisas sociais, paletós, casacos com animal print e chinelos de Havaianas com pelúcia, um convite para um homewear sofisticado e inesperado. A estética despretensiosa dominou, com fibras naturais e alfaiataria leve.
2. Candy colors & fantasia urbana
Marcas como MSGM, Fiorucci e Prada trouxeram uma atmosfera lúdica à passarela: tons pastel que lembram doces, estampas infantis e silhuetas quase oníricas. A coleção da Fiorucci, inspirada em memórias de infância, desfilou na Via Paolo Sarpi com pipocas, anjinhos e coraçõezinhos. Já a Prada mostrou que o prêt-à-couture pode ser divertido e leve, desconstruindo códigos tradicionais.
3. Visual casual com atitude
O estilo “carelessly chic” marcou presença com peças amarrotadas, puídas e propositalmente desajustadas. A Prada, por exemplo, destacou essa tendência ao misturar pijamas com botas western, calças encurtadas e camisas justas num gesto de rebeldia estética contra o perfeccionismo da moda convencional.
4. Sombreros & silhuetas campestres
Chapéus ganharam destaque em várias apresentações — de feltro a palha e bambu, as peças apareceram nas coleções da Prada, Emporio Armani e Rowen Rose, sublinhando o diálogo entre urbano e pastoral.
5. Alfaiataria fluida e genderless
Enquanto algumas casas resgatavam o tailoring clássico, outras exploravam male tailoring de forma descontraída. Sobretudos, blazers e calças amplas ganharam espaço, assim como looks que desafiavam o binarismo, com saias, cropped e peças volumosas, especialmente nas coleções de Vivienne Westwood e Charles Jeffrey Loverboy.
A temporada masculina em Milão confirmou uma transição clara: menos formalidade, mais personalidade. Combinando conforto sensual (“lounge meets luxe”), paleta de cores nostálgica e uma estética quase anti-passarela, Milão estabeleceu os contornos da moda masculina contemporânea — onde estilo é, acima de tudo, expressão e bem-estar.