A conexão entre a moda e a arte são antigas e profundas. Mas, se tem um segmento artístico que faz a diferença nas produções de moda é a fotografia, por traduzir visualmente as inspirações de um estilista e as nuances de cada look. Pensando nisso, a Galerie Dior, dedicada a expor trabalhos da moda e da arte, realiza agora em Paris uma exposição dedicada a Peter Lindbergh, um dos maiores fotógrafos da história da moda. A fim de reforçar a relação deste artista com a moda e suas produções, a exposição faz jus ao trabalho do falecido artista que discorre desde a década de de 80.
Confira mais sobre a história de Peter Lindenbergh e mais 3 nomes de fotógrafos influentes da moda, que são homenageados frequentemente entre as maisons.
Peter Lindenbergh: o fotógrafo das supermodelos
Não podíamos deixar de começar essa lista com o nome que reascendeu a fotografia da moda nos últimos tempos. Conhecido por seus inúmeros trabalhos com os maiores nomes de supermodelos, nasceu em Leszno, Polônia, em 1944 e começou sua trajetória como vitrinista em lojas. Mas, foi em 1980 que o artista ficou conhecido por seu trabalho na fotografia, ao fechar contratos com revistas como Vogue e realizar trabalhos com maisons como a Dior, em sua maioria representando supermodelos. A partir daí, seus trabalhos se tornaram os mais conhecidos da moda contemporânea por retratar as modelos de uma forma mais humanista.
Filosofia:
Lindbergh acreditava que a fotografia deveria revelar a personalidade e a autenticidade das pessoas, em vez de apenas vender produtos. Ele desafiava os padrões tradicionais de beleza, promovendo um olhar mais inclusivo e realista.
Seu legado permanece uma inspiração na moda, tanto pela sua técnica quanto pela sua mensagem de valorização do humano.
Mario Sorrenti: a revelação da Calvin Klein
Nascido na Itália, mas criado em Nova York, Mario Sorrenti entrou para a fotografia de moda nos anos 90, sendo responsável pela consolidação e divulgação das maiores tendências da época. Chegou oficialmente ao estrelato ao realizar uma campanha da Calvin Klein com a supermodelo Kate Moss, que traduzia a estética noventista e ainda trazia um olhar sensual.
Filosofia:
Mario Sorrenti continua a influenciar a moda e a fotografia com sua estética única, que combina simplicidade, emoção e sensualidade. Com autenticidade em suas obras, o artista busca criar uma conexão intimista entre o expectador e a figura fotografada, utilizando da valorização das imperfeições e a vulnerabilidade.
Tim Walker: o surrealista
Nascido em 1970 em Londres, Tim Walker é um fotógrafo de moda britânico conhecido por seu estilo teatral. Formado em Fotografia na Exeter College of Art, em 1994, após a faculdade, trabalhou como assistente de fotografia em Londres antes de se mudar para Nova York, onde atuou com o renomado fotógrafo Richard Avedon. Considerado um dos fotógrafos mais criativos de sua geração, logo se uniu à moda e foi um caso de amor à primeira vista, em que podia unir a criatividade surrealista de suas fotos a composições reais. Logo foi reconhecido pelo estilista Alexander McQueen que fez com que o nome de Tim ficasse ainda mais conhecido no meio da moda.
Filosofia:
Tim Walker vê a fotografia de moda como uma forma de arte capaz de transportar o espectador para universos imaginativos e poéticos, indo além de sua função prática. Inspirado pelo cinema e pela literatura, ele valoriza a criatividade como um meio de escapar da realidade cotidiana, criando composições que mesclam magia e narrativas visuais ricas. Apesar dos avanços tecnológicos, Walker prefere métodos tradicionais e artesanais, construindo cenários físicos detalhados para capturar o extraordinário e o inesperado em suas imagens. Seu trabalho continua a encantar o mundo da moda com sua habilidade de transformar o ordinário em algo extraordinário.
Bob Wolfenson: a estrela brasileira
Conhecido como um dos maiores nomes da fotografia de moda brasileira, Bob Wolfenson nasceu em São Paulo ele começou sua jornada profissional ainda na adolescência, trabalhando no estúdio de fotografia de seu pai. Apesar de não ter realizado trabalhos apenas para a moda, seu estilo chamou a atenção de estilistas como Reinaldo Lourenço, Alexandre Herchcovitch, Glória Coelho, Lino Villaventura, e também participou de campanhas para marcas como Ellus e outras grifes nacionais e internacionais. Por seu estilo quase cinematográfico, Bob valoriza a captura de um fragmento de momento, que pode ter diversas interpretações e contar uma história.
Filosofia:
Bob Wolfenson vê a fotografia de moda como uma forma de arte que transita entre a narrativa visual e o reflexo da sociedade. Ele valoriza a fotografia como uma construção artística, onde cada imagem é cuidadosamente planejada para criar histórias fragmentadas e abertas a múltiplas interpretações. Acredita na possibilidade de suas imagens transcenderem o comercial e se tornarem atemporais, funcionando como crônicas visuais que registram comportamentos e estilos de uma época. Para ele, o equilíbrio entre a liberdade artística e as demandas comerciais é essencial, utilizando editoriais de moda como espaço para explorar narrativas criativas. Além disso, Bob dá grande importância ao processo criativo, ressaltando como o diálogo entre as imagens em um contexto maior pode criar novas histórias e significados, consolidando seu trabalho como referência na fotografia nacional e internacional.