Entre os tons azul-turquesa do Pacífico Sul e o silêncio contemplativo da natureza intocada, o The Brando desponta como um dos destinos de turismo de luxo mais desejados do mundo. Localizado no atol de Tetiaroa, na Polinésia Francesa, o resort une o requinte do design contemporâneo com uma consciência ambiental rara — e cada vez mais valorizada pelo mercado de alto padrão. Mas o que conecta esse paraíso com o universo fashion? A resposta está na forma como moda e hospitalidade vêm se aliando em torno de experiências sensoriais completas, que vão além da estética e falam sobre propósito, identidade e pertencimento.

A sofisticação está na essência

Idealizado por Marlon Brando após se apaixonar pela região durante as filmagens de O Grande Motim (1962), o resort The Brando é mais do que uma hospedagem: é um manifesto de respeito à natureza e à cultura polinésia. Cada uma das 35 vilas do resort — isoladas entre si — foi projetada com foco no conforto absoluto, com materiais naturais, integração com a paisagem e arquitetura que privilegia o silêncio e o bem-estar. O design minimalista e elegante, que já inspira até campanhas de moda e editoriais internacionais, é parte de um lifestyle que valoriza o essencial.

Turismo de luxo com pegada sustentável

Se a moda hoje busca caminhos mais sustentáveis, o The Brando já fazia isso muito antes de ser tendência. O resort é pioneiro em iniciativas ecológicas e recebeu certificações como a LEED por suas construções. Com mais de 4 mil painéis solares e um sistema de ar-condicionado que utiliza água do mar retirada a 900 metros de profundidade (reduzindo em 90% o gasto energético com climatização), o The Brando é um case de sucesso em neutralidade de carbono. Toda a água utilizada é reaproveitada ou retirada de forma consciente e filtrada no próprio atol, e os alimentos servidos nos restaurantes são cultivados no local, seguindo técnicas ancestrais de agricultura polinésia.

A busca por impacto positivo também envolve projetos de restauração ambiental, pesquisas com espécies marinhas e monitoramento de tartarugas e tubarões — tudo em parceria com instituições científicas e a Tetiaroa Society. A biossegurança, o controle de espécies invasoras e a erradicação de mosquitos também fazem parte de um plano que foi além do resort: algumas dessas soluções já foram levadas para outras ilhas, como Bora Bora.

O luxo que escuta e educa

Mais do que um serviço exclusivo, o The Brando promove um turismo de educação ambiental e cultural, com experiências imersivas para adultos e crianças. A observação das baleias-jubarte, por exemplo, é uma das experiências mais emocionantes oferecidas entre agosto e outubro. Em expedições cuidadosamente organizadas, os hóspedes podem observar esses gigantes do mar — símbolo sagrado na cultura polinésia — com respeito e segurança. Palestras, aulas de música local, tecelagem tradicional e esportes polinésios integram uma programação que celebra a diversidade e a memória ancestral, como uma verdadeira passarela da cultura viva.

Gastronomia e design: a moda à mesa

Outro ponto que conecta o resort ao universo fashion é a gastronomia. Comandada pelo chef francês Jean Imbert, a cozinha do The Brando é uma ode à fusão entre tradição e sofisticação. Com ingredientes locais frescos e técnicas da culinária francesa, cada prato conta uma história — assim como uma peça de alta-costura. Não por acaso, o resort já serviu de inspiração para ensaios de moda e editoriais de lifestyle, reforçando o movimento atual de que luxo é, também, sabor, memória e afeto.

Os drinks do lendário Bob’s Bar completam essa imersão estética e sensorial, evocando o espírito do próprio Marlon Brando e os finais de tarde na praia, com os pés na areia e um coquetel autoral à mão — talvez o novo sinônimo do “glamour relaxado” que tanto conquista as passarelas e campanhas de moda nos últimos tempos.

Moda, turismo e os cinco sentidos

A tendência atual do luxo é se conectar com os sentidos. Vista, tato, paladar, olfato e audição são provocados de forma harmoniosa em experiências como as que o The Brando proporciona. Essa estratégia, já muito explorada pelas maisons de moda em seus cafés, boutiques-atelier e perfumes conceituais, se expande agora para o universo do turismo — e de forma ainda mais poética.

Ao vestir uma roupa feita sob medida, ao degustar um prato com ingredientes raros ou ao observar uma baleia jubarte emergir das águas do Taiti, o que se vive é a construção de uma memória estética e afetiva. É por isso que resorts como o The Brando não apenas hospedam, mas constroem narrativas — tal como a moda.

The Brando prova que sofisticação e propósito podem caminhar juntos. E mais do que um destino paradisíaco, o atol de Tetiaroa torna-se símbolo de uma nova forma de consumir: onde a beleza importa, mas o impacto importa ainda mais. Uma lição vinda do Pacífico — que inspira do guarda-roupa à escolha do próximo destino.