No dia 1º de agosto, Yves Saint Laurent completaria mais um ano de vida, e mesmo após sua partida, seu impacto continua pulsando na moda contemporânea como uma revolução viva. O estilista argelino, que começou a carreira na maison Dior aos 21 anos, fundou sua própria marca em 1961 e redefiniu para sempre a maneira como as mulheres se vestem. Com uma sensibilidade artística rara, YSL foi além do estilismo: ele projetou a liberdade em forma de roupa, com criações que misturam masculinidade e sensualidade, alta-costura e atitude, cultura pop e tradição.
Visionário, ousado e profundamente conectado com as transformações sociais, Yves foi o primeiro a trazer o smoking para o guarda-roupa feminino, a incluir modelos negras em seus desfiles e a tratar a moda como expressão de pensamento. Seu olhar ultrapassava tendências. Ele entendia a roupa como uma afirmação de identidade, de poder e de beleza em sua forma mais plural.
Neste tributo, listamos cinco looks inesquecíveis que não só marcaram sua carreira, como também moldaram os caminhos da moda moderna:
1. Le Smoking (1966)
O terno preto com calça afunilada e camisa branca se tornou símbolo máximo da libertação feminina. Inspirado no guarda-roupa masculino, o “Le Smoking” ressignificou o poder da alfaiataria e tornou-se um ícone do empoderamento com glamour, quebrando tabus em pleno anos 60.
2. Vestido Mondrian (1965)
A arte e a moda nunca mais foram as mesmas depois dessa criação. Com blocos gráficos e cores primárias, o vestido inspirado no pintor Piet Mondrian inaugurou o diálogo entre as galerias e as passarelas, popularizando a fusão entre arte moderna e design de moda.
3. Coleção Safari (1968)
Camisas caqui, cinturas marcadas, botas e ares aventureiros: a coleção Safari trouxe o espírito explorador com sofisticação urbana. Ao sensualizar o uniforme de expedição, YSL ofereceu à mulher uma nova armadura: prática, sexy e cheia de atitude.
4. Vestido Transparente de Strass (1966)
Vestir a pele com luxo e ousadia. Esse foi o efeito do vestido de tule com bordados de strass usado por Danielle Luquet de Saint Germain. Uma proposta inovadora que antecipou a estética do “nude dress” que ainda é tendência nas passarelas e tapetes vermelhos.
5. Coleção Ballets Russes (1976)
Com tecidos opulentos, bordados artesanais e silhuetas teatrais, essa coleção mostrou o talento de Yves para unir referências culturais ao luxo absoluto em peças de alta-costura. Foi um dos maiores momentos da alta-costura, exaltando texturas e volumes inspirados nas danças e cores do oriente.
Um eterno revolucionário
Yves Saint Laurent não apenas vestiu uma geração, ele moldou mentalidades. Ao misturar referências de arte, teatro, história e cultura global, criou uma moda intelectual e libertadora. Suas contribuições continuam inspirando novas gerações de criadores, que encontram em sua obra a coragem para romper regras, resgatar o belo e criar algo novo.
No mês de seu nascimento, celebramos não apenas um estilista, mas um artista que transformou o ato de se vestir em pura poesia visual. Porque como ele mesmo dizia: “A moda passa, mas o estilo é eterno.” E Saint Laurent é, para sempre, o próprio estilo.