Moda no tribunal: como as celebridades se vestem para comunicar?

22 de maio de 2025

#Cultura de Moda

By: Redação

Seja por cores, traços, modelagens ou tecidos, a moda comunica. Em um tribunal, onde cada gesto é meticulosamente analisado, a escolha das roupas transcende a estética e torna-se uma ferramenta ainda mais estratégica. Recentemente, este assunto tem chamado a atenção nas redes sociais devido a CPI das Bets, que trouxe influenciadores e subcelebridades brasileiras ao holofote, que aproveitaram da moda para corroborar com suas mensagens. Mas, essa relação não é recente e ao longo dos últimos anos, muitas personalidades chamaram a atenção nesses momentos, inclusive, com a participação de estilistas para um visual totalmente customizado para a ocasião. Cientes do poder da imagem, confira como cada celebridade utilizou da comunicação da moda para moldar percepções, influenciar e controlar narrativas midiáticas.

Vestir-se para o Julgamento: Estratégia ou Expressão?

A aparência de uma celebridade em tribunal pode ser tão impactante quanto seu depoimento e alguns casos já ficaram marcados na história da moda por isso. Gwyneth Paltrow, por exemplo, durante seu julgamento por um acidente de esqui em Utah, optou por um estilo “stealth wealth”, com peças de cores neutras e cortes clássicos, transmitindo sobriedade e respeito.

Foto: Associated Press.

Em contraste, Kim Kardashian enfrentou críticas ao comparecer a um tribunal em Paris com um vestido blazer vintage de John Galliano, salto alto Saint Laurent e um colar de diamantes avaliado em US$ 3 milhões. Sua escolha foi vista por muitos como uma tentativa de transformar o tribunal em uma passarela.

Foto: Reuters.

A$AP Rocky, também protagonizou um momento marcante durante seu julgamento em Los Angeles, quando trabalhou com o estilista Matthew Henson para montar uma série de ternos de grife, incluindo peças da Saint Laurent e Gucci. Sua intenção em manter equilíbrio, conforto e estilo, mantém sua identidade fiel, sem parecer desrespeitoso.

Foto: Reprodução Instagram.

Já Naomi Campbell, em 2006, durante seu julgamento por agressão a uma funcionária, apareceu com look assinado por Azzedine Alaïa, com cortes impecáveis e visuais minimalistas. A supermodelo escolheu cores sóbrias e silhuetas elegantes, que buscavam harmonizar o glamour com a tentativa de transmitir seriedade e autocontrole. Sua postura visual contrastava com o teor das acusações, com uma tensão estratégica entre imagem e narrativa.

Foto: Shutterstock.

Ao ser condenada por violar sua liberdade condicional, Paris Hilton viveu uma mudança visual drástica. Inicialmente, apareceu nos tribunais com roupas fashionistas e óculos escuros grandes — ícones de seu estilo de vida luxuoso. Após ser enviada à prisão, surgiu com roupas discretas, maquiagem leve e semblante abatido, reforçando uma narrativa de vulnerabilidade e aprendizado. Sua transição de “socialite rebelde” a “mulher arrependida” foi cuidadosamente construída também pela moda.

Foto: Times Harold-Record.

No julgamento amplamente televisionado contra Amber Heard, Johnny Depp adotou um guarda-roupa milimetricamente pensado: ternos três-peças, óculos escuros, cabelo preso e anéis pesados. O ator usou a alfaiataria clássica como forma de reafirmar credibilidade, ao mesmo tempo em que mantinha seu ar boêmio e excêntrico. A combinação reforçou sua narrativa de artista sofisticado e injustiçado.

Foto: Patrick Colson-Price, USA Today.

O Código de Vestimenta e as Normas Institucionais

Enquanto celebridades usam a moda como estratégia, tribunais estabelecem códigos de vestimenta para manter a ordem e o respeito. No Brasil, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu o uso de croppeds, regatas, minissaias e chinelos em suas dependências, visando preservar a formalidade do ambiente.

Essa rigidez, porém, levanta debates sobre discriminação de gênero e liberdade de expressão, que questionam a feminilidade das vestimentas.

A moda nos tribunais é mais do que uma questão de estilo; é uma ferramenta poderosa de comunicação e influência. Celebridades utilizam o vestuário para moldar narrativas, enquanto instituições buscam manter a neutralidade e o respeito. Nesse equilíbrio delicado, a roupa torna-se um elemento crucial na construção de imagens e percepções dentro e fora das salas de audiência.

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comunicação

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