Avanço da tecnologia na indústria têxtil

Tecidos que impedem a proliferação de vírus, como a COVID-19, são novidade tecnológica para empresas de confecção de roupas.

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*por Lara Biffe
WhatsApp Image 2020 10 16 at 11.57.07No sexto painel do primeiro dia do evento Iguatemi Talks Fashion, contou com a colaboração de Caroline Pires, Diretora de Marketing, Produto e Vendas na Lupo, Marcello Bathe, Gerente Comercial de poliamida e fibras – Rhodia e Rodrigo Ootani, Diretor de Produto de co-fundador da Oriba. Mediado pela jornalista, colunista de moda da Marie Claire e dona da agência Miramira, Maria Rita Alonso que conduziu o papo entre os convidados sobre a novidade de tecidos antivirais que aparecendo no mercado, principalmente durante a pandemia do coronavírus.

Marcelo Bathe começa o bate-papo contando sobre o pioneirismo da Rodia, no Brasil, na confecção desses tecidos, que já eram trabalhados pela indústria, mas com um fio bacteriostático. Contudo, no começo da pandemia, a corrida para a produção de um tecido antiviral virou prioridade e houve, então a evolução desse fio pré-existente para um antiviral, cuja função é permanente, mesmo após a lavagem, pois a ativação é feita dentro do fio, comenta Bathe.

A partir então desse conhecimento e criação de um novo tecido, comenta Carolina Pires sobre as novas máscaras antivirais produzidas pela Lupo, que busca, comenta ela, confeccionar o novo acessório obrigatório ao sair de casa com o conforto que é característico da marca. Ao ser questionada por Maria Rita Alonso sobre uma dúvida frequente da população sobre a higienização das máscaras, a diretora de marketing da Lupo diz que “deve ser feita com água e sabão neutro”. Mesmo com tamanha tecnologia e tendo sua eficácia comprovada, o Gerente comercial da Rhodia chama atenção aos cuidados recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) mesmo com a utilização das máscaras com tecidos antivirais: “Mais perigoso do que não estar protegido, é achar que está, mas a realidade é outra”, afirma Rodrigo. Caroline Pires conclui o pensamento de Bathe afirmando que as máscaras antivirais são apenas uma “sofisticação da segurança”, e que o vírus deve ser temido mesmo as usando.

Visando uma amplificação maior da utilidade dessa descoberta revolucionária da indústria têxtil, Rodrigo Ootani traz sua marca Oriba, na qual, comenta o co-fundador, vai muito além de uma tendência comportamental do mundo. Querendo participar do “combate” ao vírus, Ootani agrupa a proposta dos tecidos antivirais às roupas comuns do dia-a-dia. E mesmo com a eficiência das roupas durarem 50 lavagens, a Oriba teve como propósito atender pessoas comuns, e não produzir roupas para médicos e enfermeiros que estão na linha de frente. Rodrigo afirma que percebeu um gasto acima da média de água e energia com a preocupação de contaminação, que fazia com que as pessoas lavassem suas roupas muito mais do que o normal. Então, as peças antivirais da marca, que consistem em calças, jaquetas, moletons e bolsas, surgiram como uma preocupação ao impacto ambiental gerado por esse gasto, fazendo com que assim, pessoas não se preocupem em lavar as roupas todos os dias.

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A jornalista Maria Rita Alonso, então, pergunta como Rodrigo Ootani enxerga a moda no futuro, e a resposta do co-fundador da Oriba consiste em uma expectativa de maior conscientização sobre o impacto ambiental que a indústria causa no mundo, pois ele afirma que é a que mais polui, portanto se não houver um investimento em sustentabilidade e tecnologias que ajudam a diminuir esse impacto, o mundo vai entrar em colapso. Já para Caroline Pires, respondendo a pergunta anterior, a moda começará a se posicionar mais a favor da sustentabilidade, até com o uso de recicláveis e com uma indústria menos poluente.

Para conclusão do bate-papo, a jornalista e colunista da Marie Claire pergunta como esse avanço se adaptaria em outros produtos, então Marcello Bathe afirma que existem já protótipos com ônibus revestidos de tecidos antivirais, estádios de futebol (assentos da arquibancada), uniforme escolares e até mesmo carpetes. Marcello finaliza a pergunta dizendo que a usabilidade do tecido será positiva e bem aceita, já que ele acredita que uma parcela da população vai seguir preocupada e continuará usando máscaras. Enquanto a diretora de marketing da Lupo, afirma que a marca poderá adaptar seus produtos esportivos, que são o “carro chefe” da marca, para utilizar esse tecido, já que ela acredita em uma mudança de comportamento de consumo no futuro, onde não será mais exigido que uma roupa esteja em alta, que não poderá entregar só um tecido, e sim um conceito tecnológico de conservação. A tecnologia têxtil do futuro que se adaptará as exigências com a qualidade e com o impacto que as roupas gerarão, comenta.

*Lara Biffe tem 20 anos, atualmente estudante de jornalismo na PUC Campinas, sempre foi apaixonada por moda e possui experiência com blogs e produção de conteúdo por 4 anos. Lara contribui com a cobertura do Iguatemi Talks Fashion para o site da Z Magazine.