Nos últimos anos, a venda de roupas usadas ganhou destaque como uma alternativa viável para o faturamento, para a promoção da sustentabilidade e, inclusive, para o empoderamento feminino. Esse fenômeno, que já era uma prática comum em diversas culturas, vem se consolidando como uma verdadeira revolução no Brasil, auxiliando mulheres que buscam por formas práticas de geração de renda.

Uma prova disso é que, segundo a pesquisa do Instituto de Economia Gastão Vidigal, vinculado à Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), em 2022, o volume de vendas dos brechós cresceu 30%. O Sebrae afirma que, dos 52 milhões de empreendedores existentes no país, 32 milhões são mulheres.

Apesar dos avanços, ainda existem estigmas associados à compra e venda de roupas usadas. Algumas pessoas podem encarar essa prática como algo inferior ou como uma última alternativa. No entanto, é fundamental desmistificar essa visão. Roupas de segunda mão podem ser de alta qualidade, únicas e, muitas vezes, mais acessíveis, gerando benefícios para o consumidor e faturamento para empreendedoras – basta saber por onde começar. 

Organização do armário

O primeiro passo para aquelas que desejam iniciar um negócio de venda de roupas usadas é organizar o próprio armário. É a partir dele que se pode ter uma noção do que é possível oferecer aos clientes. Começar separando as roupas que não são usadas mais e perguntando se cada peça foi utilizada nos últimos seis meses é uma boa estratégia. 

Limpeza e apresentação

Após selecionar as peças que serão vendidas, é importante garantir que elas estejam em perfeitas condições para serem comercializadas, lavando e passando as roupas, se necessário. Uma apresentação cuidadosa faz diferença.

Divulgação

O próximo passo é divulgar as peças que serão vendidas. Usar as redes sociais para publicar as vendas, criar uma página no Instagram para atrair novos clientes e utilizar stories diariamente para mostrar novidades e promoções é uma forma de engajamento e sucesso do negócio. Também é importante ouvir o feedback dos clientes e ajustar estratégias. 

Precificação justa

Ao definir os preços das peças, é decisivo ter em mente que a venda de roupas usadas não é apenas um negócio e sim uma maneira de promover o consumo consciente. Ver preços de peças semelhantes ajuda a definir um valor justo e estar aberto a negociar é uma boa dica para mulheres iniciantes. A flexibilidade é uma das chaves para o sucesso nesse mercado.

De olho nas tendências

Deve-se ter atenção às tendências de moda e ver o que está em alta para escolher melhor as peças a serem vendidas. A moda é cíclica, e muitas vezes peças que estavam fora de moda voltam a ser tendência. Além disso, é essencial entender o que os clientes estão buscando. A venda de roupas usadas não se trata apenas de desapegar de peças antigas, mas também de oferecer produtos que realmente agreguem valor aos consumidores.

Em um mundo que enfrenta sérios problemas relacionados ao consumo desenfreado, a venda de peças usadas se apresenta como uma alternativa sustentável. A indústria da moda é uma das mais poluentes do planeta, e o ato de reutilizar roupas ajuda a diminuir a demanda por novas produções. Ao optar pelo mercado de segunda mão, a vida útil de roupas ainda em bom estado é prolongada e a quantidade de resíduos têxteis que acabam em aterros sanitários é reduzida. O mundo ganha. E os consumidores e vendedoras também. 

*Natural de São Luís/MA, Kalindy Rodrigues é mentora, palestrante, CEO e fundadora da Fly Academy – empresa especializada em negócios online para empreendedores – e idealizadora do maior canal de educação online para donas de brechó em todo o Brasil. Em 2016, após iniciar seu próprio brechó online, a profissional se inspirou em grandes marcas para criar estratégias próprias de marketing digital, finanças, vendas, logística e gestão de estoque. Dois anos depois, Kalindy decidiu levar seus métodos à nível nacional, com a missão de profissionalizar mulheres e transformar brechós amadores em referências para todo o Brasil.