Anúncio

LVMH prepara ofensiva: marca de Marc Jacobs à venda por US$ 1 bilhão

29 de julho de 2025

#Destaque

By: Redação

O conglomerado de luxo francês LVMH está em negociações para vender a grife Marc Jacobs, avaliada em cerca de US$ 1 bilhão, segundo informações do Wall Street Journal e da Reuters. Empresas como Authentic Brands Group (proprietária da Reebok), Bluestar Alliance e WHP Global (do grupo Vera Wang) aparecem entre os potenciais compradores.

Ajuste estratégico em tempos de desafios

A decisão de vender Marc Jacobs faz parte de uma reformulação estratégica do portfólio da LVMH, que vem enfrentando desaceleração no setor de moda e artigos de couro, tanto por retração da demanda como por tensões geopolíticas e altas tarifas nos EUA . A marca foi adquirida pelo grupo em 1997, quando Marc Jacobs assumiu a direção criativa da Louis Vuitton. A CFO Cécile Cabanis já havia afirmado: “não manteremos marcas que não se encaixem estrategicamente ou para as quais não sejamos o operador ideal”.

O legado de Marc Jacobs: entre o cool e o conceitual

Fundada em 1984, a marca Marc Jacobs ganhou notoriedade ao reinventar o guarda-roupa com misturas de streetwear e high fashion, das icônicas bolsas “Daisy” aos perfumes que se tornaram clássicos. Jacobs liderou a Louis Vuitton entre 1997 e 2014, imprimindo ousadia, irreverência e apelo pop-cult em cada coleção . O potencial desinvestimento é delicado, pois envolve marca ativa, celebrada e ainda sob influência criativa do próprio fundador.

O que uma venda mudaria em cena?

Caso a negociação se concretize, Marc Jacobs se tornaria mais um nome contemporâneo deixado por LVMH em pouco tempo, após lojas como Off-White e Stella McCartney. A transição para administradoras como Authentic Brands ou Bluestar Alliance pode alterar o tom da marca: de alta-costura leve e editorial para uma gestão mais ampla, possivelmente com foco em licenciamento, expansão digital ou orientação comercial.

Moda sob nova perspectiva: risks & oportunidades

Para o mundo fashion, a saída da LVMH não significa que Marc Jacobs deixe de ser relevante, mas pode mudar sua aura de luxo alinhada ao grupo LVMH. Ainda assim, a presença de Marc Jacobs em coleções cápsula, colaborações e cultura pop segue intensa, com potenciais interessados já atentos à relevância da marca em narrativas de estilo e identidade contemporânea.

Uma era de reestruturação na moda de luxo

A possível venda de Marc Jacobs acontece em um contexto mais amplo de transformação no setor de luxo. Em meio a desaceleração econômica global e mudanças no comportamento do consumidor — que agora prioriza propósito, longevidade e identidade sobre logotipos e ostentação —, grandes conglomerados estão revisando suas estratégias e cortando excessos. As casas mais consolidadas permanecem, enquanto marcas menores ou com menos sinergia tendem a ser repassadas.

Criatividade versus escalabilidade

O debate central que emerge dessa movimentação é sobre o quanto o mercado de luxo está disposto a preservar a originalidade artística diante da pressão por resultados. A saída de LVMH pode representar uma maior liberdade criativa para Marc Jacobs, mas também pode significar a diluição de seu DNA autoral sob modelos de negócios padronizados. A indústria se vê diante de uma encruzilhada entre manter o espírito criativo ou adaptar-se a uma nova era mais comercial e orientada por dados.

A possível venda da marca Marc Jacobs representa uma guinada estratégica para LVMH e um teste de identidade para o estilista e sua grife iconográfica. Enquanto os bastidores definem os próximos passos, o mercado da moda aguarda com curiosidade: como será Marc Jacobs fora do guarda-chuva do maior império de luxo do mundo, e como isso afetará sua aura criativa?

Anúncio

SIGA-NOS EM NOSSAS MÍDIAS SOCIAIS

TAGS:

fashion

Compartilhar:

Bem vindo a revista Z Magazine!