Marketplace x e-commerce: qual a diferença?

9 de abril de 2021

#Destaque

By: Redação

É difícil imaginar uma loja ou marca que não venda online, não é mesmo? Com a aceleração da digitalização, todos querem estar na internet e atingir esse novo consumidor virtual. Mas, para o empreendedor, a primeira pergunta que vem à cabeça é: onde vender meus produtos?

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Imagem: Pinterest

Uma pesquisa da Ebit|Nielsen em parceria com a Elo, divulgada em 2020, mostra que 78% do faturamento do e-commerce brasileiro vem de marketplaces. Mas o mesmo estudo mostra que 32% dos consumidores ainda não sabem o que significa a palavra marketplace. Afinal, e-commerce e marketplace podem aparecer em muitos lugares como sinônimos, mas possuem diferenças bem características.

“O e-commerce é uma loja virtual para uma marca específica, tipicamente utilizado por lojas que querem ter suas vendas oficiais localizadas em um só lugar na web. O marketplace, por sua vez, é um shopping virtual que reúne inúmeras marcas em uma única plataforma. Deste modo, abrange os mais variados tipos, categorias, estilos e preços de um mesmo produto, porém de diversas lojas”, explica Nathan Moojen, CEO do Moda Online e especialista em marketplace.

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Nathan Moojen

O primeiro passo…

 

Moojen afirma que um erro comum entre muitos empreendedores é acreditar que a venda online é simples: que bastaria colocar os produtos em um site e esperar pelos pedidos. “Esse pensamento está longe de ser realidade. Vender online significa ter mais uma loja, caso você já tenha uma”, pontua o especialista. Isso quer dizer que será necessário ter controle financeiro especial da operação, calcular o preço de venda para aquele canal, controlar o estoque específico para as vendas da internet e, principalmente, ter que se preocupar com ações de marketing feitas só para a sua loja online.

Uma das principais diferenças que o empreendedor precisa conhecer para fazer sua escolha é que, no modelo de vendas pelo e-commerce próprio, todas as questões jurídicas, financeiras, logísticas, de atendimento e marketing são de responsabilidade da própria marca. “Agora, no modelo de vendas através do marketplace, essas obrigações costumam ser divididas ou até mesmo serem só da plataforma, fazendo com que a marca não precise se preocupar com nada além das vendas”, exemplifica Moojen.

 

O marketplace leva vantagem?

Optar por um shopping digital pode ser um alívio quando o empreendedor está começando. Segundo o especialista, o custo será inferior do que investir em um e-commerce, pois as plataformas de marketplace, especialmente as nichadas, já foram desenvolvidas para atender às necessidades de vendas online. Elas também não costumam cobrar mensalidade nem taxa de implementação – a forma de remuneração desses shoppings se dá pela comissão da venda do pedido.

“O custo que a marca teria para implementar e manter um e-commerce próprio, além dos erros, acertos e adaptações que com certeza serão necessários, é um gasto considerável que não existe com o marketplace, pois a marca utilizaria a estrutura e expertise que o shopping virtual já possui”, pontua o especialista. Além disso, a plataforma oferece uma solução completa para as marcas, desde o contato inicial até a entrega do pedido, poupando-a da preocupação com boa parte do processo burocrático de vendas na internet.

 

O caminho para o sucesso

 

Outro ponto importante a ser pensado são os desafios que o comércio eletrónico pode trazer. Moojen elenca os 3 principais fatores aos quais os empreendedores devem estar atentos nesse tipo de venda:

  1. Logística: o Brasil possui uma malha viária muito grande e com um sistema de logística ainda precário em alguns aspectos. Além disso, há um alto índice de criminalidade, como roubo de cargas, em algumas regiões do país. Isso tudo faz com que o custo de logística se torne alto e inviabilize algumas compras online;
  2. Risco de crédito/chargeback: usuários que não honram com os comprometimentos financeiros ou o cancelamento da venda por parte da administradora de crédito podem acabar gerando um custo alto para a empresa, impactando os pagamentos de funcionários e fornecedores;
  3. Estoque: muitas empresas que vendem online têm problemas de estoque, pois não possuem um sistema integrado para controle. Muitas vezes eles fazem uma venda online, mas utilizam o mesmo estoque da loja e não conseguem entregar aquele pedido ou, no caso das indústrias, não conseguem suprir a produção para atender tanto as lojas físicas quanto as lojas.

Além disso, a marca também deve apostar na qualidade e detalhe da foto e da descrição referente ao produto que está vendendo, pois muitos shoppings virtuais trabalham com um sistema de score do vendedor, fazendo com que esses sellers com maior reputação dentro da plataforma tenham alguns privilégios. “Para ter sucesso em vendas no marketplace é preciso ter consciência de que não basta apenas colocar os produtos na plataforma, esquecer deles e esperar pelos pedidos. Isso não vai acontecer. É um processo que envolve tanto a plataforma quanto a marca. Seu consumidor não está com aquele produto em mãos. Ele deve ler e ver as imagens e conseguir imaginar o produto detalhadamente”.

O CEO ainda afirma que é possível – e aconselhável – atuar em ambos os modelos de negócio, pois estar em um marketplace e possuir um e-commerce potencializa a chance de uma venda acontecer. Tanto o cliente do B2B e B2C consome em diferentes canais de vendas, assim, espera-se que, quanto maior for a quantidade de “vitrines” do seu produto, maiores serão as oportunidades de compras. “Estar em vários canais de vendas em tempos atuais significa respeitar o seu consumidor”, finaliza.

 

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