Por Edis Lima*
Como os encontros artísticos que uniram Richard Avedon e Christian Dior ou mesmo Yves Saint Laurent e Helmut Newton, Peter Lindbergh e Azzedine Alaïa encontraram um território comum onde cada uma de suas expressões é o reflexo um do outro.
Peter Lindbergh trabalhava com a fotografia preto e branco para significar sua busca por autenticidade nos rostos que destacava. Alaïa, por sua vez, extrai do monocromático, roupas atemporais, verdadeiras esculturas para o corpo.
Embora de geografias opostas, Lindbergh e Alaïa cultivaram horizontes próximos. Originalmente de Duisburg, uma cidade na Alemanha, Peter Lindbergh formou-se pela Escola de Artes Aplicadas em Krefeld. Azzedine Alaïa por sua vez, estudou na Escola de Belas Artes, no departamento de escultura em Tunis, onde o costureiro cresceu.
Enquanto Lindbergh se destacou na Alemanha, principalmente graças à revista Stern, e depois montou seu estúdio em Paris em 1978, Alaïa é um estilista muito discreto, cujas técnicas sofisticadas são reservadas a uma clientela de Alta costura. Juntos, Peter Lindbergh e Azzedine Alaïa escreverão os mais belos capítulos da moda parisiense e francesa.
Simultaneamente, Alaïa se torna o arquiteto dos corpos, os revela e os descobre, Lindbergh os enobrece dando-lhes personalidade através da fotografia. Passo a passo, eles vão dominar suas respectivas disciplinas e trabalhar em colaborações icônicas, enaltecendo top-models como Linda Evangelista, Naomi Campbell, Cindy Crawford, Tatjana Patitz, ou Christy Turlington através da moda e da fotografia.
A exposição Azzedine Alaïa, Peter Lindbergh fica até 14 de novembro de 2021, na Fondation Azzedine Alaïa, 18, rue de la Verrerie, Paris 4ème.