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Passarelas como espelho da sociedade: moda, política e reflexões globais

12 de junho de 2025

#Cultura de Moda

By: Redação

As principais semanas de moda internacionais, de Londres a Copenhaguen, vêm deixando de ser simplesmente vitrines de beleza para se tornarem verdadeiras arenas de discurso e debate sobre o estado do mundo. Em meio a desequilíbrios na política, ambientas e econômicos, estilistas e marcas utilizam seus palcos criativos para provocar questionamentos e direcionar o olhar do segmento para temas urgentes. A moda, hoje, é menos sobre o que se veste e mais sobre o que as roupas significam para além da passarela. Veja 5 vezes em que as passarelas refletiram a sociedade através de seus looks:

1. Passarelas sob o signo da reflexão global

Na última edição da Semana de Moda de Paris, observou-se uma tendência clara: coleções minimalistas e emocionalmente densas, menos focadas em tendências passageiras e mais orientadas por narrativas de resistência, elegância funcional e preservação de identidade. Gabriela Hearst, por exemplo, concebeu um cenário simples, com paredes desgastadas e de cores sóbrias, em contraste a seus looks clean feitos com materiais reciclados. Tais escolhas refletem uma era na qual o vestuário atua como resposta estética a crises climáticas e sociais.

2. NÃO À fast fashion, mas sim à moda responsável

As iniciativas regulatórias contra fast fashion, especialmente na França, repercutem internamente nas fashion weeks: as marcas estão mostrando coleções menos efêmeras e mais pensadas para durar. No mesmo evento de Copenhagen, o Global Fashion Summit expressou um equilíbrio delicado entre esperança e frustração, ressaltando que o setor ainda precisa superar a barreira política, regulatória e prática antes de alcançar mudanças reais, não apenas discursos vazios. Em Londres, a ausência de alguns designers apenas intensificou o debate sobre moda mais consciente e circunspecta.

3. Brilho com consciência: quando o glamour se alia à mensagem

Foto: Schiaparelli. Launchmetrics Spotlight.

Em meio à nostalgia por velhos tempos de glamour, o viés sustentável ganha força. Brilhos e bordados retornam, mas agora com histórias por trás, como os bordados delicados da alta-costura que são produzidos sob condições de comércio justo. Movimentos como o “Fashion Switch” (Londres) incentivam as casas a adotarem energia limpa e reduzir o impacto ambiental . A elegância retorna com propósito, polida não apenas na textura, mas também na ética de produção.

4. O poder das passarelas como plataforma transformadora

As passarelas não são mais espaços isolados de consumo cultural: funcionam como palcos de denúncia e construção discursiva. Os debates do Global Fashion Summit, embalados no tema “Barriers and Bridges”, evidenciam isso: o setor da moda precisa de mais do que boas intenções, precisa de voz ativa, empenho real e representatividade. Desde a urgência de apoio à água potável (África, Ásia) até o protagonismo de ativistas de base, basta olhar para quem está colaborando nos bastidores para entender que as decisões de estilo impactam vidas.

5. Futuro: diálogo entre arte, moda e ativismo

A nova face da moda global é híbrida. É onde o brilho encontra o silêncio e o luxo conversa com a urgência climática. É onde a roupa ecoa protesto, memória ancestral ou um grito por equidade. Como afirma Lily Cole, jovem criadora do Next Gen Summit, “não estamos mais comprando moda, estamos comprando ideais”. E essa é a revolução mais audaciosa que a indústria já viu .

Os desfiles vão muito além do glamour. Eles são bússolas que apontam para os rumos do nosso tempo: ambiental, social, política. E a moda, mais do que nunca, demonstra que sua relevância está no que escolhemos vestir, ou em deixar de vestir, enquanto reflexão sobre quem queremos ser enquanto sociedade.

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cultura

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