Dior apresenta coleção de Alta-Costura

Apresentação da grife é um lembrete da resiliência da haute couture

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Dior apresenta coleção de Alta-Costura

Nessa segunda-feira, dia 6 de julho, começa a primeira temporada de Alta-Costura digital, que conta com uma programação intensa até o dia 8 de julho. As apresentações podem ser vistas através do site da Fédération de la Haute Couture et de la Mode e nas páginas exclusivas das marcas. Nesta manhã, a Dior apresenta coleção de Alta-Costura e reunimos todos os detalhes para você conferir abaixo!

Inspiração

Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da Dior, usou a arte como forma de fuga para lidar com as emoções da pandemia. “Pensar em criatividade, sonhar, foi muito bom, porque lhe dá esperança para o futuro”, disse a designer. Com os shows de alta-costura cancelados, ela decidiu produzir uma exibição itinerante, inspirada no Théâtre de la Mode e em artistas do movimento surrealista.

Théâtre de la Mode

Dior apresenta coleção de Alta-Costura
Théâtre de la Mode, 1945

Em 1945, um grupo de 15 estilistas se uniu para apresentar suas coleções durante uma exposição conhecida como o Théâtre de la Mode. Com a oferta de tecidos escassa e a alta demanda pela alta-costura no cenário pós-guerra, os designers fizeram mais de 230 looks para bonecas, com aproximadamente 1/3 do tamanho do corpo humano.

O evento reuniu aproximadamente 100.000 pessoas quando foi revelado no Musée des Arte Décoratifes antes de sair em turnê pela Europa e Estados Unidos. Desde então é visto como um emblema de esperança, resiliência, e do trunfo da criatividade em tempos de dificuldade.

“O Théâtre de la Mode foi uma referência importante porque promovia a cultura ao redor do mundo em um tempo muito difícil. Era um jeito de designers e artistas se unirem e manter a tradição da alta-costura viva em Paris”, afirmou Maria Grazia em entrevista.

Mulheres surrealistas

Sempre exaltando o trabalho feminino, a diretora criativa trouxe para essa coleção a essência de um grupo de artistas surrealistas que ela descreveu como moderna, independente e transgressora. Dentre elas, as fotógrafas Lee Miller e Dora Maar, e as artistas Leonora Carrington e Jacqueline Lamba.

“As mulheres surrealistas são menos conhecidas do que os homens e muitas vezes são vistas como suas musas ao invés de como as talentosas artistas que foram. Elas eram muito modernas, muito pouco convencionais para o tempo em que vivam, e o jeito como elas se expressavam através de suas roupas me interessa”, defendeu Chiuri.

Sobre as inspirações, ela conta que a cartela de cores dessa coleção da Dior foi informada pelos trabalhos de Carrington, enquanto as fotos de Miller refletiu na escolha de alguns tecidos.

O filme

Incentivada pelas limitações da temporada, Chiuri foi forçada a pensar fora da caixa. Para produzir um curta-metragem, convocou o diretor italiano Matteo Garrone que, segundo ela, não entende nada de moda. “Eu queria sintetizar o processo criativo em um mundo que parecesse um sonho. O filme tem 10 minutos, então é apenas uma pequena história, mas ele captura a mitologia da moda”, afirmou a diretora criativa da Dior.

Sobre a escolha pela forma de exibição, ela opina que a moda não pode ser vista apenas no digital, “não é algo que você só pode ver. Você tem que tocá-lo, tem que ver o artesanato, especialmente na alta-costura”, explicou ela. “Dessa forma, podemos enviar a coleção ao redor do mundo para nossos clientes.”

Confira o curta-metragem abaixo:

 

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