Deadstock Dressing: tendência foca em reciclagem para contribuir com moda sustentável

Modelo analisa benefícios da prática, mas alerta para um possível greenwashing

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Foto: Canva
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Já ouviu falar do termo “deadstock dressing”? Reiteradamente solicitado como uma vertente da moda sustentável, trata-se de tecidos que sobram e que, inicialmente, não podem mais ser utilizados. São pedaços que foram subestimados num primeiro momento mas que, com criatividade, podem se tornar lindas e estilosas peças. Em um mundo onde cada vez mais tem se falado sobre ações voltadas para a sustentabilidade, convidamos o modelo e empresário Gustavo Fellipe Abrão para trazer um pouco mais de informação sobre o assunto.

“É incrível que este tema esteja tendo mais visibilidade porque é fascinante a forma como um simples pano que seria jogado fora pode ser transformado em peças tão legais. Importante dizer que raramente existem grandes quantidades, já que eles são o que sobra. Em alguns casos, mal dá para fazer duas peças com a mesma estampa”, conta o modelo.

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Para Gustavo, o deadstock dressing é uma ótima saída para diminuir o desperdício na moda, mas é importante saber de onde vem esses resíduos e se eles são, de fato, sobras: “Muito se fala sobre a dúvida se existe a ação de criar esses pedaços de tecidos, se estão fazendo isso de forma proposital. Isso vai contra qualquer atitude sustentável… Chamamos de greenwashing e, definitivamente, não é o que a moda defende. Bom, não pelo menos, uma moda consciente, da qual sou totalmente a favor”, enfatiza o modelo.

 

Além de toda a tecnologia aplicadas diretamente as roupas e o universo fashion em si, ele também cita que bons hábitos começam já em sua composição estrutural: “Várias empresas têm adotado práticas de automatização em suas lojas para gastar menos luz ou água, poluir menos o ar e usar mais os recursos naturais, sempre lembrando da importância de cada um para não fazer mau uso.  Mas não é só isso… A Prada, por exemplo, tem várias práticas sustentáveis e já até assinou um acordo que viabilizou um empréstimo com menores taxas de juros a cada novo objetivo alcançado, desde que eles envolvam práticas sustentáveis. Além, claro, de possuir certificação LEED em 80 lojas. Podemos ver que a preocupação vai além da moda, até mesmo porque é rentável para todo mundo e os benefícios à saúde são inúmeros”, explica.

Entretanto, apoiar empresas que optem por uma produção mais sustentável é o caminho, desde que seja feito um trabalho ético e responsável: “Além de serem peças criativas, geralmente também são peças únicas, o que muita gente vê como ponto positivo. Existem muitas boas marcas que investem nisso, basta escolher aquela que mais se conecta com a nossa essência”, finaliza.

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