O papel ambiental e social das marcas de moda

Muitas marcas vêm surgindo ou se adequando às novas realidades mundiais

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marcas de moda

Por Fernanda Fontes 

Já que a edição da Z Magazine deste mês traz uma gama de
conteúdo super cool sobre a moda sustentável, vamos pegar carona e falar um pouco sobre a importância das marcas de moda serem éticas e responsáveis nos sentidos social e ambiental, até porque mais do que uma tendência, a discussão deste tema hoje é uma necessidade.

Como a La Loba muitas marcas vêm surgindo ou se adequando às novas realidades mundiais, já que grande parte dos consumidores atualmente prezam pela ética e transparência do que seguem e consomem.

Das mais variadas formas, marcas de moda pelo mundo buscam encontrar opções para preservar e proteger o meio ambiente por meio de suas produções. Desde o feitio da matéria prima até o descarte, o intuito é encontrar formas de impactar o mínimo possível. Um exemplo disso é a Osklen,  de Oskar Metsavaht, que na década de 90 foi uma das primeiras marcas brasileiras a falar em sustentabilidade utilizando como matéria prima a seda  (considerada um dos tecidos mais sustentáveis, senão o mais), o tingimento com corantes naturais, o couro de pirarucu, o algodão orgânico, PET reciclado, entre outros materiais.

Tecido feito de fibra de bananeira

Neste mesmo viés, empresas nacionais e internacionais têm investido em pesquisas para o desenvolvimento de novos tecidos feitos a partir de fibras naturais. Exemplo disto são as fibras de frutas como a banana (Bananatex), laranja (Orange Fiber), abacaxi (Pinatex) e coco (Cocona), que embora sejam matérias primas de valor mais elevado, atraem o investimento desde grifes famosas como a italiana Salvatore Ferragamo, até grandes redes de Fast Fashion, caso da Zara, C&A e H&M, que dentre outras inciativas, têm se comprometido a desenvolver para os próximos anos todas as peças com produção sustentável.

marcas de modaE já que citamos o Fast Fashion, é importante trazermos para a conversa outro relevante aspecto de responsabilidade das marcas, em especial na indústria da moda, pois não basta  a responsabilidade ambiental, é essencial também a responsabilidade social. Sabe o que isso quer dizer? Que devemos pensar nas condições de trabalho daqueles que estão fazendo nossas roupas, sapatos e acessórios. Não adianta exigir práticas ecofriendly, se não exigirmos transparência e ética na produção.

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Infelizmente os casos de denúncias e descobertas de mão de obra análoga a escrava e condições precárias de trabalho daqueles que estão dentro das empresas de moda são muitos, a informalidade existente na indústria fashion contribui para que problemáticas como esta surjam, e a necessidade de um “grito” de consciência tenha início por parte de consumidores e indústria.

Assim, a partir deste “despertar” do mundo da moda quanto à sustentabilidade e ao aspecto social, surgiu o movimento mundial Fashion Revolution, que traz à tona a obrigação de exigirmos a responsabilidade social e ambiental das marcas que consumimos. Mas, este é um assunto para tratarmos na nossa próxima conversa sobre Fashion Law.